Conquistadas pela comunidade por meio do Orçamento Participativo, as obras de abertura e urbanização das ruas Pai Joaquim, Boa Vista e Sem Nome, na Vila Cabana Pai Tomaz, região Oeste de Belo Horizonte, já estão em andamento. As intervenções são realizadas pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel).
No total, serão investidos R$ 6 milhões em recursos, sendo R$ 4,4 milhões financiados pela Caixa Econômica Federal e R$ 1,6 milhão como contrapartida do município. Os custos incluem remoções, indenizações e regularização fundiária na região.
As intervenções na Vila Cabana estão entre as diversas obras em vilas e favelas que vêm sendo realizadas na capital pela PBH, que anunciou em março deste ano a retomada de obras previstas para a cidade.
O presidente da Associação dos Moradores da Cabana, Geraldo Majela, afirma que a comunidade estava aguardando ansiosamente pela retomada da obra que vai beneficiar toda a vila. “A abertura dessas ruas vai ser bem importante para a gente, pois não temos muitas vias que facilitam o acesso aqui dentro. E não é só a parte física que vai mudar. A violência deve diminuir bastante e até psicologicamente as pessoas também viverão melhor. Quando se abrem os horizontes, nos sentimos menos oprimidos e fica mais fácil enxergar mais longe”, diz o morador.
De acordo com o engenheiro da Urbel e fiscal da obra, Carlos Magno Mortimer, a urbanização foi reiniciada em 18 de julho por meio de uma nova licitação. “Tivemos que paralisar os trabalhos durante um período, pois houve um distrato com a empresa anterior. Mas agora organizamos o canteiro, contratamos mão de obra, sendo a maioria dos próprios moradores, e voltamos às atividades.”
No local, que antes possuía becos estreitos e escadarias de difícil acesso, estão sendo construídas vias amplas, que facilitarão o acesso de veículos à vila como ambulância, carros da polícia e caminhões coletores de lixo. A comunidade também será beneficiada com a melhoria na rede de drenagem, esgotamento sanitário e água potável.
Segundo a técnica social da Urbel, Raquel Paiva, responsável pelo acompanhamento do trabalho social nesses empreendimentos, as remoções foram iniciadas em 2013 e cerca de 65 famílias já foram retiradas dos trechos de obras, sendo que parte delas foi indenizada e a outra reassentada em unidades habitacionais por meio do Programa Minha Casa Minha Vida, na região do Barreiro. “Para que a intervenção se concretizasse foi necessário retirar os moradores da região, sendo que muitas casas já tinham indicação para sair porque apresentavam situação de risco geológico e/ou construtivo. Nesses trechos havia um adensamento enorme, pois as casas eram construídas muito próximas umas das outras”, explica ela.