Com o tema “Vozes de Todos os Cantos”, o 2º Festival Literário Internacional de Belo Horizonte - FLI-BH 2017, que teve início nessa quinta-feira e vai até domingo (17/9), propõe trazer à cena a diversidade que a literatura expressa, reunindo grupos que movimentam a cena literária na cidade e em diferentes partes do mundo.
A ideia é romper com as divisões entre centro e periferia, entre guetos, grupos e classes sociais, entre o tradicional e o novo, e apossar-se da força que vem de diferentes territórios, com a variedade de culturas, de gêneros, de opções de expressão.
Para isso, o evento reúne 152 convidados locais, nacionais e internacionais, somando as vozes das ruas, dos saraus, da academia e do público leitor. Deste número, 57% são mulheres, o que reafirma a proposta de amplificar vozes que foram marginalizadas ao longo da história.
A segunda edição do festival também homenageia a escritora mineira Laís Corrêa de Araújo, personalidade influente no meio literário, que se configura como uma grande intelectual brasileira, pesquisadora, ficcionista, tradutora e ensaísta.
Quem for até domingo ao Centro de Referência da Juventude (CRJ), na Praça da Estação, vai encontrar uma programação intensa e diversificada, com atividades gratuitas de valorização da literatura e fomento à leitura.
Realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Fundação Municipal de Cultura (FMC), o evento ocorre em parceria com a 3ª edição da Primavera Literária, da Liga Brasileira de Editoras Independentes (LIBRE), e conta também com a parceria cultural do Sesc em Minas Gerais e do BDMG Cultural.
São mais de 200 atrações, como mesas de debates, oficinas, saraus, shows, narrações de histórias, exposições, feira de escritores, ilustradores e editoras independentes, mostra de cinema e literatura, bibliotecas para bebês, intervenções urbanas e sessões de autógrafos.
Turma da escola
Renata de Melo Franco, estudante do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Cândida Cabral, no bairro Alto dos Pinheiros, foi uma das participantes no primeiro dia de atividades. A adolescente relatou que gosta muito de ler, com média de 20 livros por ano, e não escondeu o entusiasmo com o que viu:
“Eu estou gostando, queria ter mais vales para poder comprar mais livros, pois os livros daqui são ótimos. Gostei muito da diversidade deles. Escolhi o livro “Amnésia”, de Jennifer Rush, que é uma ficção científica para levar para casa.”
Funcionária da mesma escola, Renata Cordeiro da Silva, de 43 anos, ressaltou a importância de os alunos participarem do festival literário. “Muito bacana, pois eles estão adorando. Não só os alunos do ensino médio, mas também quem faz o curso técnico do magistério. Foi uma oportunidade excelente. A escola agradece e a expectativa deles está aflorando muito, pois há uma diversidade de livros e assuntos, então eles estão gostando muito”.
“Pensar no futuro”
Dentre tantas atividades oferecidas pelo evento está a oficina Ateliê de Criação Literária “Escrevendo o Futuro”, ministrada pelo autor Luíz Bras (Cobra Norato – Terra Brasilis). Ele comemora o tema da edição 2017, "Vozes de todos os cantos". “Foi uma decisão sensacional, porque acaba englobando um monte de tendências e é um festival que inclui, em vez de excluir. Então eu acho que para o público, tanto quanto para a organização e para os autores participantes, é uma escolha extremamente virtuosa.”
Morador de São Paulo, Luiz Bras é escritor e coordenador de ateliês de criação literária e já publicou vários livros. O autor ressalta a importância da oficina. “Eu faço essa oficina há 17 anos. Pensar no futuro, eu acho, é uma questão de responsabilidade contemporânea para a gente conseguir evitar alguns desastres que, fatalmente, vão acontecer se não tomarmos cuidado com a ciência e com a tecnologia.”
Toda a programação do 2º FLI BH 2017 – Festival Literário Internacional de Belo Horizonte e da 3ª Primavera Literária é gratuita e encontra-se disponível no site do FLI BH.