Muita vontade de aprender algo novo, satisfação pessoal e estabilidade são sentimentos que impulsionaram Heros Lobato, de 35 anos, a prestar um concurso público. Ele é um dos aprovados para o cargo de agente de combate a endemias nomeados este ano pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para atuar na área da saúde. “Eu tenho boas expectativas e interesse muito grande em fazer o meu trabalho para poder ajudar a população”, afirma ele, animado com a missão de servir aos cidadãos.
Além de Heros, mais 61 agentes de combate a endemias foram nomeados. Eles são os primeiros de um total de 232 que serão nomeados até o fim do ano. Esses novos servidores estão participando do “Curso Introdutório para os Agentes de Combate a Endemias”, que habilita o profissional e tem como objetivo capacitar os participantes para o exercício como agentes promotores de saúde do município de Belo Horizonte. O curso tem duração de 40 horas, é ministrado para turmas de 25 pessoas e será realizado até o fim do ano.
O conteúdo das aulas é resultado de um estudo coordenado pela Gerência de Educação em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde, feito de forma intersetorial e rico em informações importantes para que o profissional consiga desempenhar bem as funções. “Esta nova equipe de profissionais, em conjunto com a nossa equipe de agentes já atuantes na cidade, exercerão um papel de grande importância em nosso município, ao estarem em contato direto com a nossa população, na casa das pessoas, desenvolvendo um trabalho de educação e promoção de saúde, e prevenção de doenças”, pontua a gerente de Educação em Saúde Cláudia Fidelis Barcaro.
Colaboraram também para a realização do curso as gerências de Saúde Ambiental e de Zoonoses, Núcleo de Saúde da Família, Gestão de Pessoas, segurança do trabalho - e a parte lúdica e informativa ficou por conta do grupo Mobiliza SUS-BH.
Nayara Mendes Abreu, 30, já conhecia o trabalho de zoonoses, pois já trabalhou como agente na cidade de Ribeirão das Neves. “Estou empolgada. Aprendi muito sobre o SUS. Nunca havia passado por treinamento como esse antes, acrescentou muito ao meu conhecimento.”
A programação do curso contempla assuntos como as políticas públicas de saúde e organização do SUS, legislação específica aos cargos, formas de comunicação e sua aplicabilidade no trabalho. Também foram abordados temas como técnicas de entrevista, competências e atribuições, ética no trabalho, visita domiciliar, promoção e prevenção em saúde, território, mapeamento e dinâmicas da organização social.
A capacitação não fica só na teoria. O conhecimento em campo já é testado na segunda semana do curso, hora de colocar em prática o que foi aprendido em sala de aula. Segundo o diretor de Zoonoses Eduardo Gusmão, ao término da capacitação introdutória a nova turma começa a capacitação na prática, iniciando os trabalhos junto com as equipes em campo, primeiramente em duplas. “Quando for avaliado que o agente compreendeu a lógica do trabalho, eles já passam a caminhar sozinhos, sem supervisão”, explica Gusmão.
O trabalho dos agentes de combate a endemias contribui diretamente para os resultados das ações realizadas pela Zoonoses. Atualmente, Belo Horizonte conta com aproximadamente 1.200 agentes, que só neste ano realizaram 3,61 milhões de visitas domiciliares. Além das visitas de rotina, eles também são responsáveis por realizar o Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti, que identifica as áreas da cidade com maior infestação do mosquito e os criadouros predominantes. Por meio deste trabalho, são mapeadas as regiões que necessitam de uma cobertura maior de ações e mobilização social. O levantamento é realizado três vezes ao ano, em janeiro, março e outubro.