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Projeto incentiva a formação de cientistas mirins em escola

Dois alunos mostram inseto integrante de projeto de extensão “O Jardim Botânico vai à Escola”, do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG.Foto: Divulgação PBH

Projeto incentiva a formação de cientistas mirins em escola

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A participação de alunos em projetos de iniciação científica é uma prática já consolidada na Escola Municipal Professora Modesta Cravo, região Nordeste de Belo Horizonte. A unidade participa do projeto de extensão “O Jardim Botânico vai à Escola”, do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, que tem o objetivo de estabelecer um processo educativo com a comunidade escolar, construindo projetos de educação ambiental a partir da formação de professores e a utilização de novas metodologias pedagógicas para os alunos.

A parceria entre a escola e o museu começou com o projeto “Seu Juca vai se mudar?”. A partir de um personagem, Juca, e um pequeno texto que abordava a depredação ambiental, os alunos do terceiro ano do Ensino Fundamental desenvolveram ilustrações e produziram, cada um, um livro. O trabalho foi tão bem-sucedido que garantiu aos estudantes o prêmio de melhor trabalho na categoria Ensino Fundamental na 17ª UFMG Jovem, além de quatro bolsas de iniciação científica júnior pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A premiação ampliou ainda mais a parceria entre a escola e o museu. Um novo projeto foi iniciado: “Glossinha e a importância da polinização: o que eu tenho a ver com isso?”. O tema escolhido aborda, de maneira mais aprofundada, a vida das abelhas e a sua relevância no processo de polinização. Já familiarizados com a linguagem e metodologia científica, os alunos bolsistas Alice Calixto Faria, Eduarda Silva soares, Gustavo Campos de Araújo e Amanda Tanure Diniz Lacerda, com idade entre 9 e 10 anos, são os monitores mirins que difundem os conhecimentos e experiências vividas sobre o assunto para os estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental.  

Henrique Melo Franco Ribeiro, professor de Ciências, é o responsável pelo projeto na Escola Municipal Professora Modesta Cravo, e conta com o apoio da bióloga Alessandra Abrão Resende, do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. Para ele, a parceria entre a escola e o museu trouxe uma inovação pedagógica que tem gerado excelentes resultados. “O maior desafio foi encontrar os meios adequados para trabalhar a linguagem científica com os alunos das primeiras séries iniciais e hoje percebemos que a metodologia que adotamos deu certo, pois o envolvimento das crianças com os projetos é surpreendente”, disse Henrique Melo, que se sente realizado em coordenar um trabalho de tamanha relevância como esse.

O projeto “Glossinha e a importância da polinização: o que eu tenho a ver com isso?” desperta cada vez mais o interesse dos 129 alunos participantes. Por meio do projeto, eles têm a oportunidade de ampliar os conhecimentos sobre a morfologia e reprodução vegetal, sobre os polinizadores e seus grupos, principalmente sobre a vida das abelhas, que cumprem importante papel no processo de polinização dos alimentos e na ecologia de forma geral. Glossinha é o nome da abelha personagem da história, que também se transformou em livro pelas mãos dos alunos da Escola Municipal Professora Modesta Cravo. 

 

Equador

Os projetos desenvolvidos ultrapassam os muros da escola e despertam o interesse do mundo acadêmico. Esta semana, a escola foi convidada para apresentar, em abril de 2018, o projeto “Glossinha e a importância da polinização: o que eu tenho a ver com isso?”, na Feira de Ciências do Equador. A indicação é resultado da participação da escola na Feira de Ciências, Tecnologia, Educação e Cultura, da Universidade Federal de Viçosa/Campus Florestal, em outubro deste ano. Na feira de Viçosa, o projeto “Glossinha” ficou em primeiro lugar na modalidade Ensino Fundamental. O trabalho também foi destaque no VII Seminário de Iniciação Científica Júnior da UFMG, nas modalidades “Relevância Acadêmica” e “Destaque Acadêmico”.

Eduarda Silva Soares, 9, é uma das bolsistas da CNPq e diz-se encantada com a oportunidade de participar do projeto “Glossinha e a importância da polinização: o que eu tenho a ver com isso?” e ser multiplicadora dos conhecimentos adquiridos. “É emocionante conhecer a vida das abelhas, saber sobre os seus hábitos e qual é o seu papel no meio ambiente e na nossa vida. Passar esses conhecimentos para os meus colegas é muito gratificante”, ressalta Eduarda Soares.

Gustavo Campos de Araújo, 10, também é bolsista da CNPq e participa ativamente do projeto. “As atividades que desenvolvemos são muito legais. Estou aprendendo muito e fico feliz em poder dividir os meus conhecimentos com os meus colegas e ainda representar a minha escola em tantos eventos acadêmicos importantes”, disse o estudante.

Além das atividades desenvolvidas em sala de aula, os quatro monitores mirins do projeto também participam de atividades extracurriculares no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. Toda sexta-feira, das 13h às 17h, os alunos bolsistas desenvolvem o trabalho de campo no museu, sob a coordenação da bióloga Alessandra Abrão Resende. No museu, eles têm contato com as diferentes espécies de abelhas, inclusive as que não vivem em colmeia, como é o caso das abelhas solitárias. 

Alessandra Abrão também destaca a importância dos trabalhos desenvolvidos em parceria com a Escola Modesta Cravo. “Iniciativas como essa promovem a divulgação científica e mostram o quanto é possível garantir uma educação interativa e inclusiva. É importante trazer a academia para a vida prática e, dessa forma, o museu cumpre com o seu papel social”, enfatiza a bióloga. 
 
 

21/11/2017. Escola Modesta Cravo. Fotos: Divulgação/PBH

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