A queda é um acidente comum aos idosos. Apesar de não ser uma regra, esses episódios podem sinalizar alguma doença ou a situação de fragilidade do paciente. Por isso, cuidados simples podem diminuir os riscos deste tipo de acidente. Segundo estimativas do Ministério da Saúde, cerca de 30% das pessoas com mais de 65 anos de idade caem ao menos uma vez por ano. Essa taxa aumenta para 40% em idosos com mais de 80 anos. Uma das causas comuns das quedas está relacionada ao ambiente dentro de casa.
Em Belo Horizonte, a rede municipal de saúde tem como diretriz a promoção à saúde e a prevenção de doenças, de forma a garantir que a assistência ao idoso seja ampla e diferenciada. Diversos projetos são realizados para atender esta demanda e, entre eles, está o Conviver, um grupo de prevenção de quedas do Centro de Saúde Dom Joaquim, na Regional Nordeste.
O grupo faz parte das atividades desenvolvidas pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Atualmente, dez idosos participam das aulas que acontecem uma vez por semana. Eles são supervisionados por uma fisioterapeuta e por uma educadora física da Academia da Cidade. Durante as aulas, os idosos desenvolvem atividades que contribuem com o equilíbrio, noções de tempo e espaço, movimento e postura. “O nosso objetivo é potencializar a capacidade funcional dos idosos, para que eles consigam realizar atividades do dia a dia, além de ajudá-los a minimizar os riscos de queda. E, desde o início dos trabalhos, temos observado uma evolução significativa das condições gerais dos pacientes que participam das atividades”, explica a fisioterapeuta do grupo, Nayara Carolina Mendes.
E essa melhora foi perceptível na vida da dona Lenir Rocha, de 82 anos. “Depois que eu vim pra cá eu melhorei bem. Eu tenho problema de coluna e tendinite. O médico me indicou o grupo pra aliviar as dores e está bem melhor do que antes”. Os benefícios não são apenas físicos, pois o convívio social também tem refletido na saúde emocional. “Aqui a gente faz amizade, podemos conversar e rir bastante. Então é bom, porque a gente pode sair de casa e a cabeça da gente fica até mais leve”, disse.
O aposentado José Julião Teixeira está no grupo há 6 meses. Animado, ele conta que hoje consegue ter mais disposição pra fazer as coisas do dia a dia. “Eu sofri um infarto há 5 anos e me sentia limitado. Agora, eu já tenho mais disposição e consigo fazer coisas que antes estava com mais dificuldade”.
Além do Grupo de Prevenção de Quedas, os idosos têm outras opções para a prática de atividades de promoção à saúde, como o Lian Gong e a Academia da Cidade. Porém, é preciso avaliar o perfil e a condição clínica de cada pessoa, para saber qual a melhor opção, como explica a educadora física e também responsável pelo Conviver, Fernanda Erica Lopes. “É importante passar por uma avaliação médica justamente para identificar quais as limitações e possibilidades individuais. As atividades da Academia da Cidade demandam maior autonomia, equilíbrio e desempenho. Enquanto aqui, os exercícios são moderados e os idosos precisam de uma atenção individualizada”, explicou.
Assistência ao Idoso na Rede SUS-BH
A PBH promove uma série de ações com foco na saúde dos idosos. A Coordenação de Atenção à Saúde do Idoso, ligado à Diretoria de Assistência à Saúde, atua dentro de três eixos prioritários: a priorização do atendimento ao idoso frágil; o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde; e o fortalecimento da intersetorialidade.
A porta de entrada para os atendimentos são os centros de saúde. Para saber como participar dos grupos de prevenção de quedas, os interessados devem procurar a equipe o centro de saúde mais próximo.
Nestas unidades, as Equipes de Saúde da Família fazem o acompanhamento dos casos e, quando há necessidade, os idosos são encaminhados para os serviços de referência. De janeiro a novembro, a Rede SUS-BH contabilizou cerca de 1.397.323 atendimentos à população acima de 60 anos, nas unidades básicas de saúde.
Confira a cartilha com as dicas de prevenção de quedas.