No ano em que Belo Horizonte comemora seus 120 anos, as unidades escolares da Rede Municipal de Educação desenvolveram uma série de atividades pautadas pelo aniversário da capital mineira. Algumas dessas atividades extrapolaram os muros das escolas, como a 5ª edição do “Festival de Educação Integral de Minicurtas de Belo Horizonte”, que produziu 40 vídeos sobre a cidade.
Divididos em três categorias - documentário, animação e ficção - os vídeos foram realizados por alunos participantes do Programa Escola Integrada, sempre com o auxílio de um professor ou de um oficineiro do programa. Na produção, os jovens utilizaram celular, câmera de vídeo digital ou analógica, câmera fotográfica digital, programas de animação e computação gráfica.
Para Lucilene Alencar, gerente do Programa Escola Integrada, a utilização de ferramentas midiáticas de forma consciente e produtiva fomenta o aprendizado para além da escola. “O Festival é uma possibilidade de divulgar para a cidade as práticas educativas realizadas no Programa Escola Integrada, além de estimular a criatividade dos alunos e fortalecer os laços interpessoais. Os filmes mostram que não são necessários muitos recursos para produzir conhecimento, revelando e estimulando novos talentos”.
Em cada edição, o festival de minicurtas propõe um assunto relacionado à realidade dos participantes envolvidos, para estimular a busca e a apropriação da identidade local e social dos estudantes. “O tema deste ano foi ‘O Patrimônio Imaterial de Belo Horizonte’ e trouxe à tona, não somente as histórias e pontos turísticos legitimados, como possibilitou também a troca de experiência entre as comunidades, destacando suas peculiaridades e espaços, narrando histórias ainda não contadas sobre a cidade”, argumenta Lucilene.
Para a coordenadora do Festival, Vanessa Vieira, a proposta tem evoluído e já se insere na rotina de muitas escolas “A cada ano, alunos e monitores entendem mais o objetivo dos curtas que é trabalhar com as tecnologias, desenvolvendo as questões pedagógicas. O projeto tem crescido dentro das escolas e a nossa intenção é que outras atividades sejam desenvolvidas. Muitas escolas já trabalham as técnicas de animação, documentário e ficção em outros projetos. A produção audiovisual não é mais um trabalho só para o festival de curtas, mas está incorporado no dia a dia da escola”.
Aluna da Escola Municipal Vinícius de Moraes, Thalita Leite dos Santos, 11 anos, já está habituada a trabalhar com as novas tecnologias. “Para mim, não foi novidade participar da produção e fazer a narração de um documentário, porque tenho participado de outras produções de vídeos dentro da escola. Mas é diferente participar de um vídeo que vai ser visto por muitas pessoas, que concorreu em uma votação, é uma responsabilidade muito grande ”.
A 5ª edição do Festival de Educação Integral de Minicurtas de Belo Horizonte recebeu inscrições de 32 escolas e 39 vídeos, 628 alunos participaram da criação dos minicurtas em três categorias: animação, ficção e documentário. Os vídeos foram disponibilizados para a votação popular e um júri técnico apontou as três melhores produções em cada categoria. Os vídeos classificados pelo júri técnico e os mais votados pelo júri popular receberam medalhas e troféus, em solenidade de premiação, realizada em dezembro, no auditório da Faculdade de Engenharia da UFMG, no campus Pampulha.