Belo Horizonte é um polo de excelência médica. Serviços de alta qualidade são oferecidos em diversas áreas da medicina em uma metrópole que tem qualidade de vida como um dos principais atributos. Para se ter ideia, a cidade é a capital da oftalmologia no Brasil. Para atingir esse estágio de excelência, foi importante o trabalho e a dedicação de destacados profissionais de reputação internacional.
Mas a familiaridade de Belo Horizonte com a área de tratamentos de saúde já é antiga. Pelo clima ameno e abundância de áreas verdes, a cidade sempre recebeu pacientes de todo o Brasil para tratamento de doenças respiratórias. Nessa tradição de receptividade, as escolas da capital formaram verdadeiras legendas da medicina brasileira, como são os doutores Hilton Rocha e Ivo Pitangui.
Dados da pesquisa de demanda turística da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais apontam em 2014 um percentual de 10,2% de turistas que estiveram em Belo Horizonte por motivo de saúde. Já em 2017, esse número subiu para 11,25%, representando um crescimento no período de 10,3%.
“A cidade vem atraindo brasileiros e estrangeiros que buscam aliar as modernas técnicas disponíveis, custos mais competitivos e a singular atenção dispensada pelos profissionais da saúde. O calor humano e a afetuosidade encontrados em Belo Horizonte são parte importante dos bons resultados dos tratamentos realizados na capital do Estado”, avalia Aluizer Malab, presidente da Belotur.
O corpo clínico da capital é formado por médicos com experiência internacional e fluentes em diferentes idiomas. As instituições estimulam a educação continuada de todo o corpo funcional com vistas a proporcionar maior segurança ao paciente. Os turistas pacientes são ainda atraídos pelo excelente custo-benefício dos serviços prestados.
O serviço oferecido pelo Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte (SUS-BH) é referência para aproximadamente 700 municípios do estado para procedimentos de média complexidade e para todos os 853 municípios de Minas Gerais para a alta complexidade – que são tratamentos mais complexos e que demandam maior capacidade tecnológica instalada e corpo clínico especializado e multidisciplinar.
A rede SUS-BH recebe pacientes de todos os municípios de Minas Gerais e outros estados pelo programa Tratamento Fora do Domicílio (TFD) e pelo Programa de Pactuação Integrada (PPI).
Prova de que a rede SUS-BH acolhe pessoas de outras cidades em grande escala é que dos atendimentos ambulatoriais (consultas), eletivos (programados) e hospitalares (internações) realizados em Belo Horizonte, 44,34% são destinados a pacientes do interior e 55,66% para pessoas da capital. Por mês são realizadas cerca de 20 mil internações nos hospitais que atendem à rede pública de saúde na capital.
Acompanhante
A principal busca de serviço em Belo Horizonte no SUS-BH é pelas maternidades públicas, sendo o parto o principal procedimento ofertado para pessoas de outras cidades. Em segundo lugar estão os atendimentos para intercorrências oncológicas, e, em seguida, os serviços de psiquiatria.
No caso do usuário que é atendido pelo Tratamento Fora de Domicílio, é ofertado auxílio financeiro e de transporte, que pode ser aéreo ou terrestre, de acordo com indicação clínica. Os pacientes têm direito a realizar quantas viagens forem necessárias.
Os pacientes com até 18 anos ou acima de 60 anos, ou dependendo do tratamento realizado (em quimioterapia, por exemplo), têm os benefícios estendidos a um acompanhante. Em caso de falecimento durante o período de tratamento fora do domicílio, o translado do corpo também é de responsabilidade do TFD.
“O município de Belo Horizonte é referência em saúde para outros estados, ultrapassando, assim, as divisas das montanhas de Minas, sendo modelo de cuidado para todo Brasil. A construção da política de saúde vem sendo fortalecida ao longo do tempo, buscando iniciativas voltadas para as necessidades da população, considerando os aspectos epidemiológicos e baseada nas evidências”, afirma a subsecretária de Atenção à Saúde, Taciana Malheiros.
Moradores da capital que também solicitam tratamentos não disponíveis na rede pública de Belo Horizonte também são contemplados no programa e atendidos em outras cidades. Os diagnósticos mais comuns vão desde implante coclear (dependendo da técnica indicada), processo de transexualização, transplante pediátrico renal, do sistema porta hepático e retinoblastoma, até tratamentos de transplante de medula óssea.
Números
O Patient Beyond Borders, uma das principais instituições de turismo médico do mundo, estimou que o mercado de turismo de saúde tenha movimentado no mundo de 45 a 72 bilhões de dólares em 2016, baseado no fluxo de 14 milhões de pacientes/turistas que viajam a procura de tratamentos médicos, com um gasto médio de 3,8 a 6 mil dólares, incluindo custos médicos, transporte e acomodação.
No Brasil, são 10,5 milhões de viagens motivadas por este fim feitas por brasileiros no próprio país, mas apenas 32 mil turistas internacionais desembarcam no Brasil para tratar da saúde. Ou seja, o mercado interno é relevante, com 5,1% do total de viagens no país motivadas por questões de saúde. “O fluxo interno é muito grande. Em qualquer país do mundo, com raríssimas exceções, as viagens de saúde são viagens internas”, afirma José Francisco de Salles Lopes, diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, em entrevista ao Portal Länk. “Temos alguns polos médicos de excelência e reconhecimento internacional. É algo importante, na medida em que existem várias áreas qualitativamente importantes para o atendimento de saúde”, complementa Salles.