“Um fruto do mato, cheiro de jardim, namoro no portão, domingo sem chuva, segunda sem mau humor.” Fragmentos poéticos como esse, do mineiro Carlos Drummond de Andrade, além de frases do líder africano Nelson Mandela e pensamentos do filósofo francês Jean Paul Sartre, entre outros textos, podem ser lidos nas paredes da Escola Municipal Isaura Santos, no Barreiro.
O projeto foi inspirado por uma ideia vista no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Diretora da Escola Municipal Isaura Santos, Neide Teixeira se encantou ao ver que a informação pode estar em qualquer lugar, não só nos arquivos, mas em paredes ou até mesmo no chão e no teto. A ideia foi apoiada pela vice-diretora Elizabeth Monken. Juntas, elas mobilizaram a escola para trocar as pichações em paredes por textos inspiradores.
Com o projeto, a escola passou a ter um ambiente ainda mais agradável e acolhedor. Os alunos se envolveram na escolha dos textos. Dedicaram-se a ler mais e, para não perder nenhuma etapa da seleção do material, tornaram-se mais assíduos e participativos nas aulas. “Foi uma proposta ousada. Corremos o risco de novas pichações, mas isso não aconteceu, pois envolvemos os alunos diretamente em todas as etapas de planejamento e execução do projeto”, conta Neide.
Empolgada com o que o projeto representa para os alunos e para a manutenção da escola, a vice-diretora planeja uma segunda etapa. “Em novembro vamos ampliar o espaço de pinturas. São 14 mil metros de área e muitas paredes ainda estão sem poesia”, planeja Elisabeth.
A proposta para a nova etapa é pintar o alfabeto em libras, valorizando a inclusão no ambiente escolar. A Escola Municipal Isaura Santos fica à rua Hoffman, 80, no bairro Miramar, na regional Barreiro.