Pular para o conteúdo principal

Ouvir texto:



Prefeitura tem centro para pessoas com sofrimento mental

Cinco pessoas sentadas em uma mesa com cadernos; ao fundo, vários livros em uma estante.Foto: Mia Nascimento/PBH

Prefeitura tem centro para pessoas com sofrimento mental

criado em - atualizado em

“A minha cabeça melhorou muito depois que estou aqui, pois me sinto bem e já fiz muito amigos. Até com a minha família estou mais tranquilo. O passeio que mais gostei foi quando fomos à praia”, diz Antônio Carlos Fraga, relembrando a viagem que fez com os colegas e que o marcou no ano de 2010. A mudança na vida de Antônio Carlos é reflexo do trabalho desenvolvido pelo Centro de Convivência Carlos Prates, na região Noroeste da capital.


Integrado a uma rede de serviços da Prefeitura de Belo Horizonte, em substituição aos hospitais psiquiátricos, o Centro de Convivência defende a luta antimanicomial com a rotina de diversas oficinas, tais como costura e bordado, letras, desenho e pintura, música, culinária, horta, tapeçaria, cerâmica, reciclados, educação física, liang gong e autocuidados.

 
Através dessas atividades internas e passeios externos, como visitas a eventos culturais, parques e instituições de ensino e até viagens, a instituição tem como objetivo o fortalecimento e reconstrução dos laços sociais e familiares das pessoas em sofrimento mental. “Aqui é um lugar onde encontramos amor, convivência, respeito, carinho e amizade sem preconceitos. Participamos de oficinas e nos sentimos compreendidos, com possibilidade de tratamento e crescimento”, afirma Hermano Brandão Boari, usuário do Centro de Convivência.


"Nos centros de convivência da saúde mental, mais que ensinar técnicas e oferecer ferramentas para o aprimoramento artístico dos participantes das oficinas, o monitor de arte tem a oportunidade de estimular o exercício da cidadania, reconhecendo individualidades e subjetividades que dão sentido à vida e que muitas vezes são negadas pela sociedade ao portador de sofrimento mental”, contextualiza Tatiana Cavinato, monitora de artes plásticas no local.


O usuário do serviço avista novos horizontes, tanto para a saúde mental e física quanto para a vida social e profissional. Além disso, tem a oportunidade de retomar os estudos por meio das aulas do ensino fundamental da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A instituição conta atualmente com quatro turmas da EJA e já formou 28 pessoas. 


Coordenadora do Centro de Convivência Carlos Prates, Maria Eliza de Vasconcelos destaca a relevância deste trabalho. “Fazemos parcerias com centros culturais e temos muitas atividades externas. Trazemos as pessoas de volta à sociedade, por meio do convívio com colegas e familiares”. Parcerias com empresas que oferecem vagas para pacientes de saúde mental possibilitam a inserção desses pacientes no mercado de trabalho.


“A comunidade precisa entender que pessoas com sofrimento mental não devem ficar reclusas dentro de um hospital ou centro de saúde, separadas e escondidas. Estas pessoas também têm direito a ser inseridas na sociedade, com acesso ao tratamento correto e oportunidade de convívio, deixando de lado os estereótipos e preconceitos”, completa Eustáquio Martins, usuário participante da oficina de letras no Centro de Convivência Carlos Prates. 


Para se inscrever e participar das oficinas, o usuário deve estar em tratamento e ser encaminhado pela Rede de Saúde da PBH por meio dos centros de saúde ou centros de Referência em Saúde Mental, passando ainda por uma entrevista de acolhimento. Atualmente, o Centro de Convivência Carlos Prates atende aproximadamente 300 pessoas, de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.

 

 

07/11/2017. Centro de Convivência Carlos Prates. Fotos: Mia Nascimento/PBH

Últimas Notícias

NOTÍCIA EMPREENDEDOR

Simulação de Notícia

Cerca de nova mulheres fazem oficina de crochê.

Voluntários de oficinas de centro cultural trocam saberes

Encontros mensais de voluntários de oficinas no Centro Cultural Zilah Spósito facilitam troca de conhecimento e informação.