Morador da Vila Pinho, no Barreiro, Mateus Ferreira, de 18 anos, curte a arte do grafite e transita pelo movimento hip hop, frequentando as batalhas de rima que acontecem pela cidade. Antenado, ele participou de uma das oficinas de comunicação e artes voltadas para os adolescentes e jovens da região. As atividades são promovidas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
“Estou gostando muito da oficina. Desenhar me tranquiliza. É uma coisa que gosto e penso em desenvolver mais. Já tinha feito umas aulas com o Leandro e quando soube que ele vinha fazer a oficina fiquei animado e falei para o pessoal do movimento ir também”, relata Mateus.
Leandro Moreira é o ‘oficineiro’ do Projeto ComUnidade, desenvolvido pela PBH por meio da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), com oficinas para adolescente e jovens da Vila Pinho e do entorno dos residenciais Serras de Minas I e Serras de Minas II, construídos pelo Programa Minha Casa Minha Vida.
O Projeto ComUnidade faz parte do trabalho de pós-morar realizado pela equipe social da Urbel nos conjuntos do Minha Casa Minha Vida. Desta vez, porém, a ação vai além dos muros do conjunto e beneficia também a comunidade, em uma parceria com a Escola Ministro Alfredo Vilhena Valadão.
O objetivo do projeto é promover a integração entre as 580 famílias que moram nos residenciais do conjunto e a população de todo o entorno na Vila Pinho. Dessa forma, tem a finalidade de facilitar a adaptação dos novos moradores ao local e, também, da comunidade aos novos moradores.
“Quando começamos a idealizar esse trabalho, tivemos algumas reuniões com parceiros que já atuam na comunidade de forma permanente. Concluímos, juntos, que seria muito importante envolver o entorno (nas ações)”, explica a técnica social da Urbel Janice de Paula, que acompanha o trabalho nos residenciais.
A média de participação no Projeto ComUnidade, às quintas e sábados, é de 20 jovens por encontro, o que corresponde ao número de vagas disponíveis. As atividades tiveram início em 14 de setembro e se estenderão até 28 de outubro.
De acordo com o oficineiro Leandro Moreira, o hip hop foi a linguagem apropriada para estabelecer uma conexão e uma sinergia interessantes com os adolescentes e jovens da comunidade. A partir daí, relata ele, abriu-se um canal para o trabalho com a turma, que é muito ligada na arte de rimar.
Até o momento, já foram realizadas oficinas de fotografia, grafite e noções de desenho, além da batalha de rimas. “Os alunos estão muito interessados. Estamos felizes por poder proporcionar esse acesso, para que cada um descubra sua linguagem. Acredito que toda a vivência será muito válida, porque estamos trabalhando bem a questão do jovem como sujeito na comunidade e na cidade”, ressalta Leandro.
Iago Sousa, 17, do 2º ano, está animado com a oportunidade. Segundo ele, o que mais o empolgou foi a fotografia, porque vai ajudar muito no trabalho que já desenvolve com a avó. “Estou muito surpreso. Nunca pensei em fazer essas coisas, mas aí apareceu essa oportunidade e eu pensei: ‘não vou vacilar’. Isso anima muito a gente dentro da rotina da escola e gera conhecimento.”