A Prefeitura de Belo Horizonte apresentou, nesta quinta-feira, 7/12, as medidas adotadas durante o período chuvoso e as obras que serão realizadas na cidade, em médio e longo prazo, com o intuito de diminuir o risco de enchentes e alagamentos. As ações foram anunciadas em entrevista coletiva concedida pelo secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão e do subsecretário municipal de Proteção e Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas.
De acordo com o secretário Josué Valadão, a Prefeitura atua permanentemente com obras e manutenções em bacias de detenção, galerias e ampliações de canais em córregos da cidade. No plano de obras anunciado pela Prefeitura em fevereiro deste ano está previsto o investimento de R$ 800 milhões em intervenções de grande porte para prevenção e combate a inundações.
Para 2018, informou, estão previstas obras como o complemento dos Córregos Jatobá/Olaria (Barreiro), otimização do sistema de macrodrenagem das Bacias dos Ribeirões da Pampulha e do Onça, que contribuirá para reduzir o risco de inundações na região da avenida Cristiano Machado nas imediações da Estação São Gabriel, e a implantação da bacia de detenção do bairro das Indústrias.
“As obras pelo Brasil estão paradas, mas a Prefeitura de Belo Horizonte vai fazer a maior obra no país, no córrego Pampulha, orçada em R$ 230 milhões e previsão de ser concluída em dois anos. Essa obra vai aumentar a capacidade de vazão do córrego e, com isso, diminuir as chances de enchentes e alagamentos”, afirmou Valadão.
Entre as obras concluídas este ano estão a conclusão da 2ª etapa das intervenções de ampliação do canal do córrego Ressaca e de complementação da infraestrutura da bacia do Córrego Santa Terezinha, no bairro Taquaril, região Leste. A Prefeitura retomou ainda a obra da bacia de detenção do córrego Túnel/Camarões e deu início à recuperação do de 8,6 km de galerias pluviais dos córregos da Serra e Acaba Mundo.
Além disso, são feitas intervenções permanentes na rede de drenagem, como apontou o secretário de Obras. “Nós temos trabalhado incessantemente na rede de drenagem, que é a limpeza dos córregos para aumentar a fluidez das águas de chuva, e na limpeza das bocas de lobo, que estão sempre contaminadas por garrafa pet e sacolas plásticas. De segunda a quarta-feira, mais de 600 toneladas de lixo foram retiradas das ruas somente com as chuvas deste final de semana”, disse.
Defesa Civil
Desde o mês de outubro até o último final de semana, com as fortes chuvas que caíram na cidade, a Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil (Supdec) registrou mais de mil ocorrências, sendo 593 somente desde o dia 1º de dezembro. O subsecretário avaliou que, mesmo com um volume de chuvas superior à média, os resultados do trabalho executado pela Defesa Civil durante todo o ano foram positivos.
“Nesta época colocamos em prática nosso de plano de contingência que é feito em todo período de seca através de uma preparação de emergência que é uma recomendação da ONU. Nós treinamos os moradores para receber os alertas e para adotar medidas de autoproteção. Mesmo com o grande volume de chuva do final de semana não tivemos nenhum registro de morte, ou seja, o trabalho está tendo resultado”, afirmou o coronel Lucas.
O coronel salientou que, por meio do telefone 199, a população pode comunicar, durante 24 horas por dia, nos sete dias na semana, as ocorrências de enchentes, inundações e deslizamentos e também solicitar vistorias em ruas, terrenos, casas, prédios e outras edificações. Existe também o canal público no Telegram defesacivilbh. Nas vilas e aglomerados de Belo Horizonte atuam 47 Núcleos de Defesa Civil, com o total de 419 voluntários, e 44 Núcleos de Alerta de Chuva (NACs), com 408 integrantes, que alertam a população que mora em áreas com risco de alagamento.
Confiras as obras da Prefeitura de Belo Horizonte:
Obras concluídas
Limpeza da Lagoa Seca, no Belvedere, com serviços de podas de árvores, limpeza dos canais e capina.
Bacia de detenção do bairro 1º de Maio passou por limpeza e desassoreamento. Nos meses seguintes foram concluídas as limpezas das bacias de detenção dos córregos Olaria/Jatobá, Engenho Nogueira, da bacia Várzea da Palma e do canal da alça esquerda da Lagoa da Pampulha.
Concluída a 2ª etapa das intervenções de ampliação do canal do córrego Ressaca. Foram investidos R$ 33.712 milhões nesse empreendimento, com recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
As obras de complementação da infraestrutura da bacia do Córrego Santa Terezinha, no bairro Taquaril, foram concluídas em abril deste ano, com a implantação de sistema viário e de esgotamento sanitário, além da criação do parque linear na área verde situada na margem à direita do córrego. Foram investidos cerca de R$ 3 milhões na obra, com recursos do PAC.
Obras retomadas
Em março deste ano, a PBH retomou a obra da bacia de detenção do córrego Túnel/Camarões, que esteve paralisada por quase um ano devido ao andamento dos processos judiciais de desapropriação, e que será importante para reduzir os riscos de inundações na bacia do Arrudas. A obra tem sido executada numa área de aproximadamente 8 km² e recebe investimentos de R$ 116 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.
Obras iniciadas
Em abril deste ano, foram iniciadas as obras de recuperação de 8,6 km de galerias pluviais dos córregos da Serra e Acaba Mundo com investimentos de 8,3 milhões, objetivando preservar a integridade das vias que ficam sobre as galerias e melhorar o escoamento das águas das chuvas.
Obras em processo licitatório
Além das obras concluídas e em andamento, estão em processo licitatório três obras importantes para redução do risco de inundações na capital:
Obra de Complemento dos Córregos Jatobá/Olaria (Barreiro): prevê o tratamento de fundo de vale dos córregos Jatobá e Olaria; construção de mais uma bacia de detenção de cheias e tratamento urbanístico de áreas remanescentes. Serão investidos R$ 32,8 milhões de recursos aprovados no PAC 2.
Otimização do sistema de macrodrenagem das Bacias dos Ribeirões da Pampulha e do Onça – 1ª etapa - ampliação da capacidade dos respectivos canais no segmento - próximo à junção do Córrego Engenho Nogueira (Aeroporto da Pampulha) e próximo à linha do Metrô de BH, na Estação São Gabriel, numa extensão total de 1.630 metros. A licitação está dividida em dois lotes. O primeiro para a canalização do Ribeirão Pampulha e Ribeirão do Onça em parede diafragma e segundo para a canalização do Ribeirão Pampulha em canal convencional.
A intervenção vai contribuir para reduzir o risco de inundações na região da avenida Cristiano Machado nas imediações da Estação São Gabriel. Serão beneficiados cerca de 145.000 habitantes. Serão investidos cerca de R$ 226 milhões em recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC 2.
Bacia de detenção do bairro das Indústrias - implantação de bacia de detenção do bairro das Indústrias, que terá capacidade de armazenar 120.000 m³ de águas, localizada ao longo do Ribeirão Arrudas, entre as ruas José Carlos Mata Machado e Vasco de Azevedo, na Regional Barreiro. Importante para reduzir o risco de inundação na bacia do Ribeirão Arrudas, ao lado de outras obras executadas e em execução, como as bacias de detenção dos córregos Bonsucesso, Olaria/Jatobá e Túnel/Camarões. A obra está estimada em cerca de R$ 32,2 milhões, com recursos provenientes no PAC 2 - Programa de Aceleração do Crescimento.
No próximo ano, está prevista, ainda, a publicação do edital de licitação para a contratação de diagnóstico das bacias do Vilarinho e Nado e a elaboração dos respectivos projetos executivos de micro e macrodrenagem na região.
Obras do PEAR
Outro tipo de obra preventiva para evitar problemas com as chuvas são as intervenções realizadas pelo Programa Estrutural em Área de Risco (Pear), realizadas pela Urbel nas áreas de risco geológico das vilas e favelas com a participação da comunidade. A Urbel doa o material de construção e fornece assistência técnica por meio de engenheiro, enquanto o morador é responsável pela mão de obra.
Mobilização nas vilas
Nos meses que antecedem as chuvas são intensificadas as ações preventivas nas áreas de risco com distribuição de cartilhas educativas, cartazes em equipamentos públicos, faixas com dicas preventivas e números de telefones de emergência em vias e logradouros públicos das comunidades.