O lançamento de um livro com poesias produzidas pelos usuários, mesclado com apresentações musicais, marcou a realização da terceira edição do Sarau Lagoa, ocorrido no dia 23 de agosto, no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Lagoa, que fica na rua José Sabino Maciel, 120, bairro Lagoa, em Venda Nova. O sarau é resultado do trabalho dos técnicos da Oficina de Reflexão do equipamento. Cada oficina de reflexão aborda questões do cotidiano vivenciado pelas famílias, por meio da poesia e música, discutindo temas como a defesa dos direitos da mulher, a convivência familiar e comunitária, e cidadania.
O sarau foi uma tarde festiva com dezenas de participantes entre usuários e convidados, como as poetas Maria de Lourdes Custódio, Tabajara Silvana, usuárias do CRAS Lagoa, Delba de Avelar Menezes, de Ribeirão das Neves, alunos da Escola de Música 4 x 4, do Projeto Vida Padre Gailhac e do Pró-jovem. O 3º Sarau Lagoa teve tema livre, mas inserido no contexto social, como avalia Élia Brito da Cruz, coordenadora do CRAS Lagoa. “Eu avalio como importante o formato de oficina na modalidade de sarau, por proporcionar à comunidade um momento de convivência e reflexão, de forma que desperta a sensibilidade das pessoas para a realidade em sua volta, focando as potencialidades do território, ao descobrirmos a capacidade criativa e talento dos usuários”, explicou. No início do evento, a coordenadora apresentou o livro que reúne poesias apresentadas nos dois saraus anteriores, intitulado Sarau Lagoa, que foi distribuído para quem declamasse algum poema durante o evento. As apresentações foram conduzidas pelo Arte Educador Rogério Coelho e pelo Educador Social Marcos Chagas, que tiveram início com alunos da Escola de Música 4 X 4, que tocaram várias músicas do repertório popular, como Trem Bala e Maria Maria.
A poeta Delba Avelar recitou alguns poemas e apresentou seus dois livros infantis: As Caraminholas de Zé Prequeté e A Bruxa que Caiu em Tentação. A usuária Tabajara Silvana da Cruz declamou o poema de sua autoria, Uma Lagoa Querida, lamentando o desaparecimento da lagoa que deu nome ao bairro. Como representante dos usuários, Tabajara elogiou o entrosamento da comunidade. “Participar do 3º Sarau Lagoa é uma alegria muito grande para mim, porque aqui encontramos um verdadeiro entrosamento e participação comunitária”, comentou. Houve ainda trio de flauta, dos alunos do Projeto Vida Padre Gailhac, e livre apresentação da comunidade. Delba Avelar elogiou a realização do encontro. “Os momentos de sarau são multiplicadores, em que se cultivam as artes de diferentes linguagens, sensibilizam as pessoas e lhes alimentam as almas. É sempre um prazer compartilhar esses momentos”, ressaltou.
O sarau teve ainda mais um momento com os alunos do Projeto Vida Padre Gailhac, com violinos e teclados e a apresentação reflexiva de Maria da Graça, do Centro de Convivência de Venda Nova, que narrou, brilhantemente, a história do Rato e a Ratoeira, explicando que os problemas de cada um são problemas de toda a comunidade.