O Museu da Imagem e do Som (MIS), equipamento mantido pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, e antigo Centro de Referência Audiovisual, desenvolve uma política ampla de apoio ao universo audiovisual da cidade de Belo Horizonte, atuando em diversas frentes, da preservação à produção. Como unidade museal, tem a missão primordial de garantir o acesso aos acervos audiovisuais representativos da produção local, trabalhando na perspectiva de sua preservação, pesquisa e divulgação.
O MIS (Avenida Álvares Cabral, 550, Centro) oferece mensalmente uma agenda de atrações, dentre elas exposições de curta, média e longa duração, como também visitas mediadas e oficinas. É o caso da exposição “Imagem e Som: Memória, Registro e Movimento” e da “Oficina de Taumatrópio”.
Atualmente, o espaço abriga a exposição de longa duração "Imagem e Som: Memória, Registro e Movimento”. Segundo Marcella Furtado, arte-educadora do MIS, a exposição tem o propósito de mostrar ao público um pouco mais do rico acervo preservado pelo museu, assim como explorar curiosidades e truques que envolvem a produção e apresentação dos registros sonoros, visuais e audiovisuais. “Uma das propostas da exposição é que ela seja interativa. Dessa forma, há vários elementos que foram criados para serem tocados e manipulados, como brinquedos ópticos (zootrópios e flipbooks), além de instrumentos confeccionados para se produzir os ruídos de algumas sequências de filmes”, explica.
A exposição apresenta também fotografias e filmes feitos na cidade de Belo Horizonte ao longo do século XX, além de equipamentos utilizados para guardar e difundir imagens e sons. De acordo com Furtado, no conjunto exposto podem ser vistos itens do acervo tridimensional do MIS, como máquinas fotográficas, equipamentos de som, editor de imagens e câmeras de filmagem. “São tecnologias usadas na produção e reprodução de fotografias, sons e imagens em movimento, e que hoje nos apontam a variedade de meios utilizados ao longo da história para confeccionar e disseminar esses registros”.
A mostra que conta com visita mediada desde sua abertura. Ela é feita com o acompanhamento de membros da equipe do educativo e contempla cada uma das seções da exposição, que começa pela apresentação de itens relacionados a linguagens que antecederam a invenção do cinema, como a fotografia e os brinquedos ópticos. A seguir é apresentado ao visitante elementos do acervo do museu relacionados diretamente com a produção e execução de sons. Marcella Furtado conta que o público é convidado a uma experiência interativa no manuseio de instrumentos caseiros utilizados na produção de ruídos que servem à ambientação de cenas em obras da televisão, do cinema, do rádio e também do teatro: é a técnica da sonoplastia.
A arte-educadora ressalta que o visitante tem a oportunidade de conhecer um pouco mais do universo do audiovisual. “São apresentadas câmeras, projetores, equipamentos de revisão e edição de filmes, além de imagens do acervo do Museu que mostram a cidade de Belo Horizonte desde os seus primeiros anos até os dias atuais”, finaliza.
Oficina
Integrada à visita mediada, O MIS realiza a "Oficina de Taumatrópio", um tipo de brinquedo óptico. A arte-educadora Marcella explica que nesta oficina, o participante é convidado a construir um brinquedo óptico no qual poderão ser vistas imagens complementares dispostas em lados opostos de um mesmo disco. “A partir do movimento do disco, tem-se a sensação de que as imagens estão juntas. Com o uso de canetinhas e lápis de cor, a proposta é que desenhos complementares sejam criados e colocados em movimento a partir da perspectiva única de cada participante”.
Parceria
Em 2017, o MIS passou a integrar o Circuito de Museus (parceria com a Secretaria Municipal de Educação) dentro do Circuito Imagem em Movimento. Desta forma, de maio a novembro, foram realizadas visitas semanais, para alunos dos três ciclos do ensino fundamental e também para alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), nas terças à noite, quando o Museu tem seu horário de funcionamento estendido. Desde agosto de 2017, o MIS recebe turmas da educação infantil, das Umeis e creches conveniadas com a Prefeitura.
Segundo Marcella Furtado, a dinâmica da visita e da oficina é adaptada a cada faixa etária e também aos públicos com deficiências (auditiva, visual, entre outras). “A equipe do educativo tem buscado soluções que deixem o Museu acessível e atraente para todos os públicos. Queremos que o alcance de nossas atividades seja universal, e que os cidadãos se reconheçam neste espaço, e reconheçam o MIS como uma importante ferramenta de guarda e difusão da memória da cidade. Um espaço que é do público, para o público”.
A arte-educadora ressalta que as visitas e oficinas têm aproximado o Museu do público em geral, não só aquele que é ligado à área audiovisual. “A criança que vem hoje com a escola, depois poderá trazer os pais, ou mesmo retornar futuramente, trazendo seus filhos. É uma sementinha que estamos plantando, e aos poucos sedimentando a importância do Museu para a memória da cidade”, finaliza.
Aceitação
Educadores apreciam as atividades. Como Ana Paula Martins, professora coordenadora da Escola Integrada, Escola Municipal Francisco Campos, localizada na região Norte da cidade. “A visita foi muito gratificante. Pequeno, mas cheio de surpresas. Foi inspiração para nosso trabalho no Festival Educação Integral de Minicurtas. Usamos a ideia do Flipbook. Adoramos a oficina oferecida, dinâmica, simples e interativa. A casa que abriga já é um espetáculo a parte, o local onde as oficinas acontecem cria um clima bucólico e aconchegante. Levei três turmas e a satisfação dos meninos foi unânime. Com certeza voltaremos no próximo ano”, disse.
Mônica Peluci de Castro, da Escola Municipal Aurélio Pires, na Pampulha, também narra sua experiência. “Os alunos visitaram o MIS e fizeram a Oficina Taumatrópio. É necessário ressaltar que visitamos o museu com alunos jovens, em geral com 15 anos. Percebi que acharam interessante, mas não conseguiram ficar muito tempo focados. Essa idade é assim mesmo. A internet fornece tantos atrativos e tão rápidos que estão perdendo a capacidade de concentração por um período maior. Por isso as atividades interativas são sempre importantes. De qualquer forma foi muito valiosa a visita e agradecemos a recepção”.
Ana Rita, da Escola Municipal Professor Paulo Freire, na região Nordeste, elogiou a visita. “O grupo gostou muito da experiência do MIS. Relataram com entusiasmo, para os que não foram, cada passagem dos ambientes: o encantamento com os brinquedos ópticos, a oficina de sonoplastia, a exibição do documentário sobre BH. A visita gerou uma página na construção do nosso livro baseado no Indez, obra de Bartolomeu Campos Queirós. No calor da visita, na semana seguinte os estudantes registraram em forma de pequenos vídeos lembranças da infância deles que dialogaram com o escritor Bartolomeu, ao longo das leituras do livro durante o projeto. Eu editei num vídeo de 7 minutos, com o nome de Cuidados de mãe: diálogos com Indez. Ficou uma homenagem singela a Bartolomeu e a todas as mães”, contou.
MIS
A visita mediada e a oficina são realizadas durante o ano inteiro, dentro do horário de funcionamento do Museu (segunda a sexta, das 9h às 18h e nas terças das 9h às 21h). A visita e a oficina juntas duram em torno de 1h20 e devem ser agendadas pelo e-mail mis.fmc@pbh.gov.br. O público alvo são crianças a partir de quatro anos, adolescentes, jovens e adultos, de instituições diversas (escolares ou não). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3277-6330.