Mil nascentes cadastradas em Belo Horizonte. Este é o registro atualizado em trabalho realizado pela Prefeitura (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. O número de nascentes que apresentam água sem esgoto está próximo dos 90%. “Isto não significa água potável, mas sim sem esgoto visível”, explica Rodrigo Ádamo, geógrafo da Secretaria.
Uma das finalidades desse levantamento de dados das nascentes é a necessidade de proteção delas. Depois de localizar, caracterizar e georreferenciar as nascentes dos córregos existentes no município de Belo Horizonte, a PBH vai alimentar um sistema de informações para integrar ações conservacionistas, explica o geógrafo.
Segundo a gerência de recursos hídricos da Secretaria de Meio Ambiente, as características e o uso dessas nascentes são diversos – com o dado animador que mais de 90% das cadastradas estão em boa qualidade. “Queremos realizar um diagnóstico do estado de conservação de um maior número possível de nascentes, e fornecer subsídios necessários para a eventual elaboração de projetos de conservação e/ou recuperação, que poderão ser desenvolvidos pela própria Prefeitura ou em parceria desta com a população e com entidades envolvidas com a questão”, afirma Ádamo.
A maioria das nascentes está localizada nas regionais Pampulha e Venda Nova. “A partir dessa ação conjunta entre comunidade e poder público, acredita-se que seja possível recuperar a qualidade de vida na cidade por meio da transformação da paisagem e ter água limpa e em abundância mesmo em áreas onde hoje ela se encontra poluída”, afirma o secretário de Meio Ambiente Mário Werneck.
Revitalização
A recuperação das nascentes vem sendo realizada por uma parceria entre o Comitê de Bacias Hidrográficas e A PBH, por meio do Consórcio Propam – Programa de Desenvolvimento e Recuperação Ambiental da Bacia Hidrográfica da Pampulha. Uma das nascentes foi revitalizada no início deste ano dentro da Escola Municipal Santos Dumont (avenida Mem de Sá, 600 – Santa Efigênia). “Dezoito nascentes já passaram por esse processo. Quando a nascente se localiza dentro ou próximo do terreno de escolas, estas poderão ser incluídas nos programas de preservação”, contextualiza Ádamo.
Entre outros tópicos, o geógrafo explica que essas ações são amplas e consistem em reconhecer e observar as nascentes e o leito do curso d’água que estas alimentam. O trabalho de cadastramento das nascentes vai prosseguir. “Acreditamos haver muito mais nascentes do que já conseguimos cadastrar. Esse trabalho é fantástico porque vamos conseguir identificar e mapear as nossas fontes de água natural”, enfatiza Mário Werneck.