O Atendimento Educacional Especializado (AEE) identifica, elabora e organiza recursos de acessibilidade para estudantes que têm alguma necessidade específica, criando oportunidades para que possam participar plenamente das atividades curriculares. As salas de AEE disponíveis na Rede Municipal de Educação são adaptadas e contam com recursos materiais e tecnológicos que desenvolvem as habilidades desses estudantes. Atualmente, 1.216 alunos são atendidos em salas de AEE na Rede Municipal de Educação.
Até o fim do ano, serão instaladas 14 novas salas de Atendimento Educacional Especializado com recursos do tesouro municipal. Essas salas irão somar-se às 46 já existentes, totalizando 60 salas de AEE, distribuídas nas nove regionais da cidade. É a primeira vez que salas de AEE são implantadas utilizando exclusivamente recursos próprios da Prefeitura.
Karine Duarte, mãe do aluno Leonardo (12 anos de idade, com transtorno do espectro autista), fala da evolução de seu filho. “Desde que meu filho iniciou o AEE, tenho notado uma grande mudança em seu desenvolvimento intelectual, pedagógico, motor e na interação social, na comunicação e autonomia. Uma grande melhora na sua concentração e memória. A professora é bastante dedicada e amorosa, o trabalho desenvolvido por ela é de grande valor para o meu filho, pois o capacita para o futuro, criando recursos de acessibilidade e estratégias para que ele possa se desenvolver pedagogicamente na escola”, elogia Karine.
Luciana Chaves de Aguiar Pacheco, professora do AEE da Escola Municipal Santa Terezinha, considera-se realizada com a profissão. “Quando definimos a carreira, definimos também o lugar que queremos estar. Sempre quis trabalhar com esse público, esse é o meu lugar. Percebo que, onde estou, sou útil e me sinto realizada. É um trabalho que me traz muita satisfação e penso que também deixo bons frutos”, comenta Luciana.
A satisfação de estar no Atendimento Educacional Especializado é também o que motiva a professora Marilac Aparecida Lara, que atua na Escola Municipal Marlene Pereira Rancante. “É gratificante trabalhar o desenvolvimento humano, ampliando possibilidades de interação, de comunicação, de autonomia, de participação plena de um aluno com deficiência junto aos outros. O AEE também nos possibilita aprender com a troca, com as diferenças e diversidades do nosso público. Sinto-me realizada e tenho o reconhecimento de famílias que respeitam e confiam no meu trabalho. Isso é, para mim, um grande presente”, revela Marilac.
Os depoimentos das professoras Luciana e Marilac traduzem o comprometimento dos profissionais da Rede Municipal de Educação (RME) com a política de Educação Inclusiva da Prefeitura de Belo Horizonte.
Novas salas de AEE
Cinco novas salas já iniciaram o atendimento e as demais entrarão em funcionamento ainda neste ano. Para a diretora de Educação Inclusiva e Diversidade Étnico-Racial, Patrícia Cunha, essa expansão demonstra o compromisso da atual gestão com a Educação Inclusiva. “Essa é uma expansão importante, porque permite aumentar o número de alunos atendidos no AEE. Quatorze salas em um ano é um avanço que não víamos há muito tempo. Vale ressaltar que a sala de AEE atende não somente aos alunos da escola em que está localizada, mas também os alunos das escolas municipais próximas. Além das novas salas, neste ano, ampliamos também o quantitativo de professores em algumas salas”, disse.
O número de professores de atendimento especializado passou de 73, no início do ano letivo, para 81 atualmente. A expectativa é de que, até o final do ano, 91 professores estejam atuando nesse segmento.
Trabalho nas salas de AEE
As salas de AEE são equipadas para o atendimento às mais diversas deficiências e recebem desde crianças da educação infantil, a partir de 4 anos, até estudantes matriculados na Educação de Jovens e Adultos. Essas salas possuem equipamentos para atender a qualquer tipo de deficiência, seja ela motora, visual, auditiva, física, cognitiva ou de qualquer outra necessidade específica. Além de mobiliário adequado, são equipadas com, materiais didáticos e pedagógicos, recursos de acessibilidade e equipamentos específicos.
Um aluno cego, por exemplo, terá inserido o braille em sua rotina. Ele aprenderá esse sistema de escrita e como utilizar todos os equipamentos disponíveis, como a máquina braille, para registrar e acompanhar o conteúdo de suas disciplinas, textos em braille, calculadoras sonoras, mapas em alto-relevo e recursos de informática. Já os alunos com baixa visão contam com equipamentos como a lupa eletrônica, uma espécie de câmara de vídeo que capta as imagens e textos e os transferem para uma tela de computador ou TV, de forma ampliada, podendo chegar até a 80% do tamanho original.
São todos esses recursos, entre outros, disponibilizados nas salas de AEE, que contribuem para garantir a acessibilidade curricular e ajudam a fazer a diferença na rotina dos estudantes com deficiência da Rede Municipal de Educação.
Formação continuada
Os professores que atuam no AEE da Rede Municipal de Educação estão em constante formação, oferecida pela Secretaria Municipal de Educação. A formação acontece durante todo ano, com encontros semanais, sempre às quintas-feiras. Para a gerente de Atendimento Especializado, Sílvia Maria Fraga, esse tempo de formação é essencial para os bons resultados do trabalho. “O impacto do atendimento especializado é a efetiva inclusão dos estudantes e para isso é necessário que os profissionais estejam preparados para ajudar esses alunos na acessibilidade curricular dentro da escola. É primordial esse momento de formação, que ajuda na identificação e na elaboração dos recursos de acessibilidade a serem utilizados”, afirma.