Pular para o conteúdo principal

Ouvir texto:



BH em Pauta: Cão-guia é permitido em transporte público

Mulher deficiente visual em frente à táxi com cão-guia de raça pastor alemão.Foto: Gilvan Marçal

BH em Pauta: Cão-guia é permitido em transporte público

criado em - atualizado em
Não é muito comum vermos um cão dentro de um ônibus ou um táxi. Contudo, uma pessoa com deficiência visual e que possui um cão-guia não só precisa, como tem o direito assegurado por lei de usar e permanecer com o animal em todos os meios de transporte.

No Brasil, há mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e seis milhões com baixa visão, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo de 2010.

Em Belo Horizonte, o direito de acesso com cão-guia também é garantido na legislação dos serviços de transporte coletivo e de táxi. Renata Carvalho Quintão é representante do Movimento Unificado de Deficientes Visuais (Mudevi) e, recentemente, começou a caminhar pela capital com o cão-guia dela, a Thundera, uma fêmea da raça pastor alemão.

Renata imaginava que poderia ter dificuldades em acessar os ônibus e táxis, mas a recepção dos motoristas a surpreendeu. “As pessoas nos ônibus gostam de ver a Thundera e conversam comigo sobre a cadela. Para minha surpresa, o questionamento habitual dos taxistas é por que eu escolhi um pastor alemão e não um labrador”, explica Renata.

As viagens acabam sendo instrutivas e, na conversa, ela esclarece que o cão-guia é sempre uma doação e não se escolhe a raça. Ela também explica que não tem uma raça determinada para ser cão-guia, ele precisa apenas ser de grande porte e adestrado.

Quando Renata usava a bengala, ela priorizava caminhar sempre pelos mesmos lugares, afinal, já conhecia o trajeto. “Com o cão-guia eu tenho vontade de explorar novos lugares. Eu saio de casa com a vontade de andar por andar”, conta a representante do Mudevi.

Além de o cão-guia auxiliar, desviando de eventuais obstáculos, Renata afirma que muito mais pessoas se oferecem para ajudar, mas sempre fazendo a pergunta: “O cão vai morder?” Uma simples travessia no semáforo se torna uma boa oportunidade para conversar, assim ela explica às pessoas que os cães-guia são treinados e não mordem.

O número de cães-guia ainda é muito baixo no país, mas é importante que pessoas com deficiência visual possam caminhar e utilizar os serviços de transporte em Belo Horizonte acompanhadas dos animais. A BHTrans realiza cursos e orienta os motoristas do transporte coletivo e dos táxis sobre o ingresso desses cães nos veículos. “Nós, da BHTrans, devemos cobrar e assegurar que as pessoas com deficiência visual exerçam a cidadania e possam andar por toda a cidade com os cães-guia,” salienta Marcos Fontoura, coordenador do programa Acessibilidade para Todos, da BHTrans.


Legislação
 
A Lei Nº 11.126, de 27 DE junho de 2005 assegura à pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal nos meios de transporte e em estabelecimentos abertos ao público. Em Belo Horizonte, desde 2002, a Lei Municipal 8.447 assegura à pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia o acesso ao transporte público municipal da capital (art. 1°, VIII).
 

Como ter um cão-guia
 
Os cães-guia não são vendidos, mas doados. Organizações sem fins lucrativos atuam na difusão do cão-guia como facilitador do processo de inclusão da pessoa com deficiência visual na sociedade. Em Belo Horizonte, o Mudevi auxilia pessoas cegas e com baixa visão sobre a aquisição de cães-guia. Acesse este link ou envie um e-mail para mudevi@mudevi.com.br.

Últimas Notícias

NOTÍCIA EMPREENDEDOR

Simulação de Notícia

Cerca de nova mulheres fazem oficina de crochê.

Voluntários de oficinas de centro cultural trocam saberes

Encontros mensais de voluntários de oficinas no Centro Cultural Zilah Spósito facilitam troca de conhecimento e informação.