Situada em uma área de vulnerabilidade social, a Escola Municipal Governador Ozanan Coelho, no bairro Capitão Eduardo, região Nordeste de Belo Horizonte, é um exemplo de parceria bem sucedida entre escola e comunidade. A unidade, que é referência para os alunos não somente no aspecto educacional, mas ainda no esporte, lazer e cultura, também acolhe o sentimento de pertencimento dos moradores, que contam com o equipamento para a prática de diversas atividades.
“Tentamos suprir muitas das necessidades dos moradores da comunidade, disponibilizando os espaços da escola para a realização de algumas atividades deles, além de envolvê-los em projetos de inserção social e promoção à saúde. Essa interação com as famílias dos nossos alunos reflete, de maneira significativa, no processo pedagógico e nas ações desenvolvidas pela unidade”, ressalta Luciene Melo Lima Ferreira, vice-diretora da escola.
Em maio deste ano, a pedido da comunidade, a escola abriu as portas para o projeto voluntário Zumba – Corpo Livre, idealizado pelos auxiliares de apoio à inclusão e servidores da própria unidade, Joaber Alves Maximiliano e Dayse Santos Ferreira. As aulas de Zumba são ministradas por Joaber – que também é estudante de educação física – fora do horário de trabalho, duas vezes por semana, as segundas e quartas-feiras, das 17h30 às 18h30, na quadra da escola.
Cerca de 80 pessoas da comunidade estão sendo beneficiadas com a iniciativa, que conta ainda com o apoio do Centro de Saúde Capitão Eduardo. “Além da promoção da saúde com a prática de exercício físico, a dança é um instrumento de integração, inserção social e tem resgatado a autoestima de pessoas das mais diversas idades da comunidade do Capitão Eduardo”, comenta Joaber.
Vínculo fortalecido
Tais Helena Reis, de 30 anos, moradora do Capitão Eduardo, participa das aulas de Zumba desde o início e está muito feliz com a oportunidade. “Contamos com o apoio da escola, que tem contribuído para melhorias na qualidade de vida da população. O projeto Zumba-Corpo Livre, por exemplo, é uma oportunidade única que está ajudando muita gente”, disse.
A aluna, que encontrou na dança a recuperação para diversos problemas de saúde desencadeados pelo estresse, destaca, ainda, o comprometimento da escola e do professor Joaber Maximiliano. “É emocionante participar de um projeto assim, perceber o quanto o professor está envolvido com o bem-estar dos alunos e o quanto a escola apoia”, acrescentou.
Maria Martins da Cunha, 63, também procurou a Ozanan Coelho para se inscrever nas aulas de Zumba. Por recomendação médica, ela precisava fazer exercícios físicos, pois sentia muitas dores nas costas, nos joelhos e nas mãos, em função de artrite: “Depois que eu comecei a participar das aulas de Zumba, a minha qualidade de vida melhorou muito. As dores reduziram bastante e a minha disposição para a vida é outra. Sem falar nas novas amizades que aqui conquistamos”, comomorou.
Conceição Imaculada dos Santos, 66, também é uma aluna assídua das aulas. Ela participa do projeto desde o início e ressalta os benefícios. “É um privilégio essa oportunidade que estamos tendo aqui na Ozanan Coelho. São momentos que nos proporcionam saúde, confraternização e união. Essa iniciativa fortalece ainda mais os vínculos da escola com a comunidade”, refletiu.