Moradora do bairro Santa Tereza há 44 anos, Faride Serafim, 78 anos, é frequentadora da Praça Duque de Caxias. Para ela, a área verde tornou-se uma extensão d a sua casa. “Nós, que somos moradores, sempre estamos aqui. Eu até costumo dizer que a praça é meu quintal, é minha área de lazer. Então, nós ficamos atentos e chamamos a atenção quando vemos alguém destruindo a praça ou deixando animais soltos destruindo os canteiros e espalhando dejetos. A praça é de todos nós, e por isso é nosso dever cuidar dela”, afirmou.
Importante ponto de encontro e de realização de eventos culturais de Belo Horizonte, a Praça Duque de Caxias, coração do bairro Santa Tereza, foi recentemente revitalizada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Regional Leste, assim como outras três importantes praças da região: Coronel José Persilva, também no bairro Santa Tereza; Professor Alberto Mazzoni, no bairro Colégio Batista; e Estevão Lunard, no Horto.
De acordo com a engenheira Maria de Jesus Rocha, responsável pelas obras de revitalização, para manter os espaços sempre bonitos são realizados trabalhos de replicagem de plantas, reimplantação de árvores, despraguejamento e poda. No entanto, a contribuição dos frequentadores, tanto na conscientização de outras pessoas para a preservação das áreas quanto no envolvimento direto com a manutenção, é fundamental.
Além do olhar atento de Faride e do trabalho da PBH, a Praça Duque de Caxias conta com outros colaboradores empenhados na manutenção dela. Desde 2015, a moradora Júlia Marques e a amiga Camila Coimbra aderiram ao programa Adote o Verde e começaram a mobilizar a comunidade para a preservação do local. Segundo Júlia, o foco era colocar a comunidade do bairro como protagonista, no sentido de que todos são donos do espaço e, portanto, responsáveis por ele: “A parceria entre comunidade e poder público deu e está dando muito certo. Entendemos é possível preservar com a consciência da população de que o espaço público é de todos”, defendeu.
De acordo com Júlia, muitas melhorias já foram feitas na praça com a mobilização da população do bairro. A Paróquia de Santa Tereza e a comunidade desenvolveram canteiros sensoriais e hortas com os idosos e plantio de mudas com as crianças. Já o Colégio Tiradentes, por meio do professor de biologia Robson e com a Colônia de Mórmons, identificaram as plantas e pintaram os canteiros.
Além deles, outros incentivadores contribuem para a preservação da praça, como o portal Santa Tereza, o Movimento Ajudar Não Dói, o Centro Universitário UNA, por meio da professora Agnes Casali, comerciantes da região, Associação Comunitária do bairro e até mesmo artistas, como o artista plástico Ricardo Gomes (Rigo), que doou uma escultura para o espaço.
“Hoje a adoção se expandiu e uma empresa é responsável pela manutenção dos canteiros, a Zac One, ou seja, somos a comunidade, uma empresa privada e o poder público empenhados para a constante melhoria da nossa praça. Essa adoção é um sucesso e sou muito grata pelo apoio de todos”, destacou Júlia.