A topografia de Belo Horizonte é, por vezes, usada como argumento para justificar que a cidade não pode ser acessível para todos, em especial para as pessoas com mobilidade reduzida e para os ciclistas. Geralmente essa afirmativa se sustenta em impressões e não em fatos.
Para superar a lacuna de falta de informações sobre a real situação da topografia das vias da capital, o Instituto de Geociências da UFMG (ICG/ UFMG), em parceria com o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento - ITDP Brasil e com a BHTrans, elaborou o Mapa de Declividades de Belo Horizonte. O mapa é um banco de dados que contém, dentre outras informações, as declividades mínima, máxima e média de 53.505 trechos de via de Belo Horizonte e será anunciado durante a posse da nova gestão do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Com Deficiência, que acontece nesta sexta-feira, dia 1º de dezembro, às 10h, no auditório JK da Prefeitura de Belo Horizonte (Av. Afonso Pena, 1.212, 1º andar).
O mapa, que pode ser acessado no site da BHTrans, possui um conjunto de informações que possibilitará o aperfeiçoamento do planejamento da mobilidade urbana, em especial, os referentes ao deslocamento de pessoas com deficiência, à rede cicloviária, ao transporte de cargas e aos impactos ambientais.
A BHTrans recebeu o mapa em Julho de 2016, detectou algumas inconsistências que foram revistas e devidamente ajustadas. O novo banco de dados, que está disponível no link acima, estimulará a criação de aplicativos que permitam a seleção de percursos, em função da capacidade de cada pessoa para caminhar e/ou pedalar. Para o transporte motorizado, por sua vez, os aplicativos poderão buscar percursos em função do veículo que se pretende utilizar.
O mapa de declividades utilizou como fontes o mapa de altimetria (curvas de nível) e o mapa do sistema viário (eixos dos logradouros) da cidade. O mapa viário utilizado foi o obtido na Prodabel em maio de 2016. A diferença do mapa de declividades apresentado pelo IGC/ UFMG para outros que já estão disponíveis no mercado, é que ele fornece as declividades trecho a trecho. Ele foi elaborado com base no mapa de curvas de nível (metro a metro) e fornece três valores de declividade (tanto em graus, quanto em porcentagem) para cada trecho de via da cidade: mínima, média e máxima.
A declividade de BH
A declividade média de Belo Horizonte é de 8,28%. As regiões com trechos mais suaves são a Área Central e a Pampulha. As regiões com maior concentração de trechos íngremes são o Aglomerado da Serra, o Taquaril, o Morro das Pedras e o Aglomerado Santa Lúcia.
- A regional com menor declividade média é a Pampulha (5,65%).
- As regionais com maior declividade média é a Centro-Sul (9,60%) e Leste (9,76%).
DECLIVIDADE MÉDIA EM CADA REGIONAL (%)
5,65% - PAMPULHA
7,23% - VENDA NOVA
7,94% - NOROESTE
8,09% - BARREIRO
8,21% - NORTE
8,93% - OESTE
9,00% - NORDESTE
9,60% - CENTRO SUL
9,76% - LESTE