O norte-americano Robert Zachary Williams está em Minas Gerais desde o ano passado para pesquisar programas de combate à fome, como bolsista da Comissão Fulbright Brasil. Ainda no seu país, ele já sabia onde teria que se estabelecer: Belo Horizonte. O motivo? A existência de uma política pública de segurança alimentar que ele considera única, porque integra vários setores da gestão da cidade e favorece desde a produção do alimento pela agricultura familiar até sua chegada nas mesas de creches, escolas e restaurantes populares. Além disso, desde 2011 a cidade conta com o Programa Municipal de Voluntariado Internacional (PMVI), fator decisivo para possibilitar a pesquisa do estudante.
“Seria muito difícil bater na porta de uma prefeitura para buscar tantas informações”, conta Robert para os outros oito estudantes de graduação e pós-graduação que, nesta terça-feira, dia 11, iniciaram oficialmente a 12ª edição do Programa Municipal de Voluntariado Internacional (PMVI). A iniciativa proporciona a estrangeiros a oportunidade de conhecer e se envolver diretamente com as políticas públicas da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio de atividades voluntárias em órgãos municipais. O principal objetivo é proporcionar o intercâmbio de experiências e contribuir de maneira efetiva para o processo de internacionalização do município.
Durante o evento de abertura do 12º PMVI, o secretário municipal adjunto de Desenvolvimento Econômico e Relações Internacionais, Bruno Miranda, deu as boas vindas aos voluntários, e a coordenadora Sandra Martins Farias falou sobre o funcionamento do programa. A historiadora com mestrado em Turismo Neuma Horta, da Belotur, fez uma apresentação sobre a história de Belo Horizonte.
Desde a sua criação, 119 estrangeiros já participaram do programa. Neste semestre, dois voluntários são originários dos Estados Unidos, dois da Itália e os demais são de Cuba, Espanha, Portugal, Peru e Uruguai. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento (SMDE), por meio da Secretaria Municipal Adjunta de Relações Internacionais (SMARI), é responsável pelo programa, que conta também com a participação da Fundação Municipal de Cultura (FMC) e das secretarias municipais de Meio Ambiente (SMMA), Educação (SMED), Saúde (SMSA) e da Adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional (SMASAN).
A carga horária do serviço voluntário é de 16 a 20 horas por semana e o prazo de duração, de 90 a 180 dias. Após o período, o participante recebe um certificado, mediante a entrega de um artigo sobre o tema trabalhado durante o intercâmbio, a fim de estimular a troca de experiências e de práticas públicas.
Podem se candidatar ao PMVI estrangeiros nas seguintes categorias: estudantes, pesquisadores e professores universitários, além de profissionais, técnicos e servidores públicos de entes estatais, órgãos e instituições parceiras do Município de Belo Horizonte.
A abertura de candidaturas ao programa é realizada semestralmente, por meio de edital, que estipula a data de entrada para alunos intercambistas, regularmente matriculados em universidades locais. Para as demais categorias constantes do edital, a candidatura pode ser feita a qualquer momento. A seleção é feita com base nos critérios de adequação da área de estudos e da experiência do voluntário à demanda ofertada pelos órgãos e entidades públicas municipais. Os interessados podem buscar mais informações pelo e-mail: voluntariointernacional@pbh.gov.br.