Inaugurado em 1949, o tradicional Mercado Popular da Lagoinha era um centro comercial de legumes, frutas e verduras. Após ficar desativado por um período e passar por uma reforma em 2000, passou a ser um local de cultura, arte, promoção da saúde e oportunidades de trabalho. O espaço, localizado à avenida Antônio Carlos, 821, bairro São Cristóvão, é um ícone que marca a história de Belo Horizonte e do bairro que o nomeia, disponibilizando à comunidade da região Noroeste lazer e entretenimento com o Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira; esportes e atividades físicas por meio da Academia da Cidade; e oportunidades de ensino e geração de renda pelo programa Pão Escola, que é realizado na Padaria Escola Nicola Callicchio.
O Centro Cultural Liberalino Alves tem como missão ser referência para as expressividades locais, fomentando os grupos e viabilizando a participação da comunidade na construção das políticas públicas de cultura. Além disso, conta com uma biblioteca aberta à população, cede o espaço para ensaios e reuniões e realiza apresentações de artes cênicas, artes visuais, literatura, oficinas e cursos, além de uma programação ativa que inclui exposições, mostras, saraus, oficinas de artesanato, música, informática, desenho, dentre outras.
A Academia da Cidade do Mercado da Lagoinha oferece gratuitamente a prática de exercícios e alongamentos com educadores físicos, para a manutenção de uma vida saudável, principalmente ao público da terceira idade. As aulas são oferecidas três vezes por semana, de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h e de 16h as 20h; e, aos sábados, das 7h às 11h. Para se inscrever, basta preencher o cadastro no local e realizar uma avaliação física com o professor da academia.
Para gerar possibilidades aos jovens que precisam ingressar no mercado de trabalho, o Mercado da Lagoinha conta ainda com o programa Pão Escola, desenvolvido por três Secretarias: Educação, Segurança Alimentar e Assistência Social. O projeto inclui cursos rápidos de auxiliar de cozinha, bolo decorado, salgadeiro, pizzaiolo, confeitaria caseira/quitanda, auxiliar de confeitaria industrial e panificação industrial. Podem participar estudantes adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, usuários dos Centros de Referência em Saúde Mental e alunos do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O Pão Escola ainda organiza atendimento profissional à população em situação de rua.
Para Sérgio Antônio, um dos instrutores do Pão Escola, os cursos têm trazido ótimos resultados e inserção ao mercado de trabalho aos participantes: “É muito gratificante ver um jovem tendo a oportunidade de ganhar o dinheiro, seja ingressando em alguma empresa ou desenvolvendo o próprio negócio. O resultado é excelente. Recebemos os relatos de mães de alunos felizes pelo encaminhamento de seus filhos a empregos e jovens alunos com uma nova perspectiva de vida.”
Aluno do programa, Lucas Soares fala da experiência com o curso: “Tive a chance de conhecer mais sobre culinária. É muito importante esse tipo de incentivo. O curso me proporcionou muitas oportunidades.”
Elair Souza, professor municipal de História com ênfase em Economia Solidária e atual coordenador do curso de qualificação, conta um pouco mais sobre a experiência com o Pão Escola: “São milhares de inscrições ao longo desses quase vinte anos de existência e centenas de alunos atendidos. Os participantes aprendem a trabalhar por conta própria, ganham oportunidades de aprender um ofício e poder mudar as suas realidades. As inscrições são de fácil acesso e é oferecida ajuda de transporte para aqueles que precisam.”
O Mercado Popular da Lagoinha e as variadas atividades dele cumprem um admirável papel social em Belo Horizonte, sob o ponto de vista socioeconômico e cultural, para a população em geral enquanto instrumento de promoção e resgate da cidadania, trazendo acesso à arte, promoção da saúde e geração de renda para a comunidade do entorno.