A cena vista pelas pessoas que passaram pela esplanada do Estádio do Mineirão, na Pampulha, na manhã de terça-feira, 22 de agosto, mostrou que é possível reunir diversão e prevenção em um só evento. A Guarda Municipal de Belo Horizonte, por meio da Patrulha Escolar, promoveu uma festa de cores ao levar um grupo de 77 crianças entre seis e 13 anos da Escola Municipal Hilda Rabelo Matta, do Bairro Heliópolis, até o local para ensiná-las a empinar pipas de maneira correta: sem uso de cerol ou linha chilena e longe da rede elétrica.
A ação fez parte da Campanha Cerol Mata!, lançada pela Prefeitura de Belo Horizonte, na segunda quinzena de julho, com objetivo de alertar sobre o risco que o uso de linhas cortantes representa para a vida das pessoas. Desde então a Guarda Municipal passou a realizar palestras em escolas, parques e praças, informando também, sobretudo, aos jovens, sobre as leis que tratam do assunto e as punições a que os responsáveis estão sujeitos.
Somente do dia 9 de julho até o momento, as rondas educativas e atendimentos de denúncias recebidas pela Guarda Municipal de BH pelo telefone 153 já resultaram na apreensão de 2.032 latas envoltas em cerol ou linha chilena pelas ruas da cidade. Segundo o subinspetor Hudson Candeias, coordenador da Patrulha Escolar, os trabalhos permanecem ininterruptos, visando retirar cada vez mais as linhas cortantes de circulação.
Os papagaios empinados nesta terça-feira foram confeccionados pelas próprias crianças, durante uma oficina de pipas realizada na escola, no dia anterior. Na ocasião, elas foram orientadas a utilizar varetas de bambu e papel de seda para construir o brinquedo, por se tratarem de materiais de fácil decomposição, não causando danos ao meio ambiente. “Ontem fiz meu primeiro papagaio. E hoje será a primeira vez que empino um. Estou achando muito divertido e é bom saber que fazendo do jeito certo, ninguém irá se machucar”, declarou a estudante do 4º ano, Camila Rodrigues Silva Santos, de nove anos, no meio da brincadeira.
Ainda meio atrapalhada com a pipa devido ao vento intenso, Ingrid Reis de Oliveira, de 10 anos, também do 4º ano, fez questão de dizer já tem costume de empinar papagaios. “Os guardas ensinaram que a gente não pode usar cerol e nem linha chilena. Tem que ser a linha branca. E também que temos que brincar longe da rede elétrica”, repetiu, mostrando que aprendeu bem a lição.
A luta contra o uso de linhas cortantes tem a participação também da Defesa Civil Municipal e das secretarias municipais de Saúde e da Educação. A Guarda Municipal vem realizando também blitz para distribuir antenas de proteção e orientar motociclistas sobre os tipos mais comuns de ferimentos causados pela linha chilena ou com cerol, como cortes profundos no pescoço, além de ferimentos nos braços e rosto, que são agravados pela queda de motos em movimento.